Uma forte tendência na moderna medicina americana é buscar na prática médica milenar oriental explicações para paradigmas existentes no século em que vivemos. Existe uma preocupação especial, nesta prática, com o funcionamento normal do organismo, mantendo a homeostase para torná-lo mais eficiente e menos sensível aos desequilíbrios. Este conceito novo de atuar na preservação da qualidade de vida do paciente vem sendo denominado como age management medicine (medicina de gerenciamento do envelhecimento), terminologia que transcreve perfeitamente qual é o real comprometimento desta terapia.
O fundamento desta área da medicina baseia – se na idéia que o paciente pode envelhecer com doenças ou envelhecer com saúde. Com o avanço da tecnologia e das pesquisas, muitos estudos já consolidaram o que então era apenas uma hipótese, que o corpo humano foi desenvolvido para não adoecer, e que quando há uma falha, ocasionando alguma doença, isto ocorre por motivos que podem sim serem evitados.Talvez o que mais corroborou com esta afirmação foi a descoberta do radical livre em 1900. Em 50 anos se conheceu toda a sua química e em 1954 pela primeira vez, relacionou – se estas substâncias reativas e tóxicas a uma doença inexorável, o envelhecimento.
O radical livre é um elemento gerado no organismo desde o momento da concepção, logo nos primeiros segundos de vida intra-uterina, e sua produção é continua, durante toda a nossa existência. Até certa idade o organismo consegue neutralizar estes elementos, mas chega uma fase em que sua produção excede a sua degradação e sobrepuja os mecanismos de defesa naturais (antioxidantes). Tem-se então o inicio das alterações estruturais que culminam na lesão celular.
Doenças relacionadas com o envelhecimento, como o câncer, eventos isquêmicos ou hemorrágicos, Parkinson, Alzheimer e outras doenças degenerativas, estão intimamente associadas com o aumento de radicais livres. Frente a isso, fica fácil entender onde esta medicina atua. Hoje em dia é muito comum você ver pessoas indo ao médico anualmente para realizarem o tal check-up, onde são submetidas a uma bateria de exames para ver se apresentam alguma alteração. Esta grande parte da população que tem esse hábito costuma dizer que visita seu médico anualmente para prevenir-se contra doenças.
Eis que eu faço a seguinte pergunta: “Prevenir-se do que?” Caso o resultado de algum dos exames mostrar alteração, o paciente descobre que está doente. Descobrir a doença não é a mesma coisa que prevenir a doença. A doença não é um problema, mas sim uma mensagem e oportunidade de mudança. Quando o paciente fica doente, é porque seu corpo está dizendo que há algo errado na sua maneira de viver e se cuidar, e que isso precisa ser mudado. Essa mudança é o tratamento em si, e é fundamental para que seja possível uma cura de verdade.
É muito importante frequentar o médico rotineiramente para fazer as devidas avaliações, mas, tão importante quanto isto , é passar a ter uma postura de fazer boas escolhas no que diz respeito à hábitos de vida, para realmente adotar uma postura ativa na prevenção de doenças. O que conhecemos como doença é a soma das carências graduais, crônicas e cumulativas de matérias – primas básicas que o nosso corpo necessita para funcionar com perfeição.
A medicina do gerenciamento do envelhecimento preocupa – se em conceituar e promover a saúde de forma diferente. Ao invés de aguardar passivamente pelo dano ou pela doença, é utilizada uma estratégia onde se passa a atuar na vida das pessoas de forma preventiva e preditiva, muito antes que as patologias se manifestem. A proposta consiste em ajustar todos os parâmetros biológicos, metabólicos e hormonais.
Dentre os principais objetivos desta medicina, podemos citar:
• Redução da gordura corporal
• Melhorar a capacidade cardiorrespiratória
• Melhorar o sistema imunológico
• Reduzir, parar e, em alguns casos, reverter os processos degenerativos do envelhecimento
• Otimizar a performance sexual
• Aumentar a massa e o tônus muscular
• Restaurar os níveis de energia e melhorar a qualidade de vida,
Para alcançar melhores resultados, o médico que atua com esta visão holística, busca conhecimentos de várias medicinas complementares como fitoterapia, nutrigenômica, genética, imunologia, toxicologia ambiental, ecologia, clinica médica, psicologia, medicina ortomolecular, fisiatria, reeducação postural, osteopatia, medicina chinesa e outras medicinas complementares.
Envelhecer todos iremos, mas a forma como este processo acontece, pode sim ser modulado buscando envelhecer o mais jovem possível.